sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Teoria das Estações de Rádio

Eu adoro ouvir música no rádio. Tenho vários CDs no meu carro, com minhas músicas preferidas. Mas não existe sensação melhor do que estar dirigindo, viajando (tanto no sentido literal da palavra quanto no figurado) e de repente ser surpreendido quando toca aquela música que você mais ama. Parece que é um presente dos céus para alegrar o seu dia.
Então vamos à teoria, é bem simples.
Quando você está escutando uma música numa estação de rádio se escuta apenas uma única música de cada vez, certo? Então é como se a música fosse o relacionamento, o cara que você escolheu e está com ele. Mas tem gente que não consegue se concentrar em uma música só, ou seja, em um cara só; e fica o tempo todo trocando de estação para saber o que tem de melhor no rádio/ mercado. Mas o que acontece? Nesse troca-troca, acaba não curtindo nenhuma música / relacionamento de verdade.
Mas tem gente que vive o contrário. Pode estar tocando aquela música chata, sem-graça ou até mesmo aquele rock pauleira de doer a cabeça, mas não consegue tomar atitude para trocar de rádio. E assim vai levando a vida, aguentando aquela música insuportável por anos, talvez por medo de não encontrar uma música melhor. E enquanto isso está perdendo a oportunidade de ouvir músicas maravilhosas...
Acredito que o segredo esteja em encontrar aquela música bacana e ser feliz com sua escolha, sem preocupar com o que está tocando em outras estações. É claro que a sua música pode até ter uns trechos chatinhos, monótonos; afinal, nenhuma música é perfeita. Mas se ela te faz sentir feliz e especial, se joga: cante, dance e curta a música escolhida do início ao fim!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Paixão Nacional

Para quebrar o clima pesado do post da estreia, segue o texto que me levou a ideia de criar blog. Divirtam-se:



Hoje pude comprovar aquela velha história de que os brasileiros são apaixonados por bumbuns...
Almoço todos os dias sozinha em um restaurante beira-de-estrada. Não falo beira-de-estrada no sentido pejorativo da expressão, pois o restaurante é muito bom, tem uma ótima variedade de saladas, massas e churrasco. Uso essa expressão devido à localização do mesmo, que fica na beira da estrada. Assim, 95% dos clientes são homens entre 30 e 55 anos que trabalham na região ou que estão transitando pela estrada.
Dito isso para contextualizar, senta que lá vem a minha história...
Estava eu, hoje, almoçando sozinha num restaurante beira-de-estrada, quando entra uma mulata daquelas bem brasileiras, com um bundão daqueles, bem brasileiro, calça de cós baixo beeeem justa e uma blusa tomara-que-caia que poderia disputar com a calça uma competição para saber qual estava mais apertada.
A moça se dirigiu diretamente ao caixa, pois só queria comprar um picolé, ou seja, ficou de costas para todos os telespectadores. Para o azar (ou sorte) da morena, nesse momento passava horário eleitoral gratuito nas enormes TVs do local, o que significa que meus colegas de almoço não estavam entretidos com os lances do “jogaço” do Galo de ontem pela Copa Sulamericana.
Fui observando homem a homem, mesa a mesa, e qual não foi o meu espanto quando constatei que todos, TODOS os homens do restaurante (e olha que não eram poucos, o restaurante estava lotado) estavam de olho na buzanfa da mulata. Chegou a ser cômico quando reparei que alguns cutucavam os colegas da mesma mesa, que estavam de costas devido à posição das cadeiras, para que não perdessem aquele acontecimento. Outros que estavam atrás dela na fila para pagar (imaginem a situação!), depois de darem aquela encarada no objeto de desejo, simplesmente saíram da fila e foram para um ponto mais distante para poderem observar melhor toda a maravilha daquela poupança. O local estava sob um silêncio estonteante, ninguém falava, ninguém comia; era como se o tempo tivesse parado para que eles pudessem se deliciar com aquele momento maravilhoso.
A moça adquiriu seu picolé com sucesso e foi embora feliz da vida rebolando com seu “troféu” pendurado, enquanto os olhos do pessoal a seguiam, até que ela desaparecesse.
Eu estava até me divertindo com a situação, até perceber que eu estava acabando de almoçar e que estava chegando a minha vez de levantar e ir para o caixa pagar. Ou seja, eu estaria no mesmo alvo que a mulata estava até instantes atrás. Fiquei mais tranquila ao lembrar que estou bem distante do tipo “mulata brasileira” e também que minhas roupas são bem mais discretas que da moça do picolé: calça jeans mais alta, muito menos justa e uma comportada camisa de uniforme com mangas. Mas, em contrapartida, papai-do-céu foi bem generoso com o tamanho do meu bumbum, e isso me deixou com medo de me tornar o novo alvo.
Esperei a poeira deixada pela outra moça baixar e os homens retomarem suas conversas e seus talheres. Como eu não tinha o que fazer, tomei coragem, levantei e fui andando discretamente para o caixa, fazendo de tudo para passar despercebida frente aquela quantidade de olhos loucos pela próxima vítima.
Mas foi aí que eu percebi que Deus sabe muito bem o que faz: Ele colocou nossos olhos na direção totalmente oposta á “paixão nacional”, de forma que nosso campo de visão não alcance os olhares mais indiscretos dos rapazes. Assim, amanhã, eu e meu companheiro de trás, estaremos novamente no tal restaurante beira-de-estrada, sem nunca ter que encarar essa situação de frente...

Mente Inquieta - A Estreia

Sou uma pessoa com a mente totalmente inquieta.
Faço mil coisas ao mesmo tempo, consigo prestar atenção em diversas pessoas conversando simultaneamente e minha cabeça não pára.
Posso estar no meio de uma missa e meus pensamentos estarem bem longe dali, imaginando qual vai ser o tema da festa de um ano do meu filho que nem existe (ainda). Ou posso até mesmo estar reparando num casal e criando na minha cabeça uma história para eles: há quanto tempo estão juntos, o que gostam de fazer, qual são os motivos de suas brigas. Assim, me perco em meus pensamentos e não consigo realizar o objetivo central que meu levou até a igreja: rezar.
Ás vezes estou conversando com alguém e escuto um assunto muito mais interessante na roda de amigos ao lado. Tento me segurar para não palpitar na outra roda e fazer o papel da pessoa mais mal-educada do mundo. Algumas vezes eu consigo me segurar, outras não, é mais forte que eu... 
E assim vou vivendo, nessa confusão de pensamentos, ideias malucas, outras nem tanto. E sabe o que é o pior? Quando falo com algum conhecido a pessoa até duvida: “Você, com essa sua cara de tranqüilidade e paz? Não é possível!”
Fato é que eu ando tentando acalmar a minha mente de todas as formas: estou fazendo yoga há um tempo, começando uma massagem Ayurveda e fazendo o possível para me concentrar em menos coisas de cada vez, porque apenas uma por enquanto é impossível. 
Nas minhas andanças de carro (trabalho bem longe da minha casa), além de fazer a sobrancelha, maquiar, comer comida japonesa, ler livros, abrir o notebook e organizar fotos, assistir seriados no meu notebook e rezar (UFA!) ainda encontro um tempinho para ficar viajando (no sentido figurado da palavra). Fico criando textos na minha cabeça que nunca são escritos, afinal não desenvolvi uma técnica para dirigir e escrever ao mesmo tempo (ainda).
Hoje cheguei do almoço com um texto pronto e resolvi colocá-lo no papel, ou melhor, na tela do computador. E gostei do resultado!
Tinha esquecido o quanto é divertido escrever e vou tentar praticar mais. Estou vivendo essa fase de me descobrir, saber o que eu gosto realmente de fazer e não só que eu devo e tenho que fazer. 
Abro aqui um parênteses (ou melhor, aspas) para colocar um trecho do livro “Comer, rezar e amar”, da Elisabeth Gilbert, que muito me agradou: “Mas porque tudo sempre tem que ter uma aplicação prática? Eu passara tantos anos sendo um soldadinho bem-comportado, trabalhando, produzindo, sem nunca perder um prazo, zelando por pessoas queridas, pelas minhas gengivas e por meu nome na praça, votando, etc. Será que esta nossa vida tem de ser apenas dever? “.
Não estou almejando me tornar uma escritora, mas percebi que escrever é uma ótima forma de colocar pra fora esse monte de pensamentos que ficam girando na minha cabeça, acredito que escrever é quase como uma terapia que nunca arrumei um tempo para fazer.
Não tenho a menor ideia de quem vai ler esse blog e decidi, pelo menos por enquanto, permanecer anônima. Podem me chamar de covarde, medrosa ou o que quiserem, mas faço isso com a intenção de proteger as pessoas que aparecerão nas minhas histórias. E claro, me proteger também, porque a maior parte dos assuntos se refere a mim mesma, e não estou preparada para me expor (Confesso!).
Então vamos começar essa aventura, que não tenho a menor ideia de onde vai parar...